quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Exposição-encontro "E é bem bom!!!"

Fotos da Exposição-encontro "E É bem bom!!!".
União Universitária, Campus UFSM (11/12/08)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Arte: Elias Maroso

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Arte: Suzana Gruber

temosfomedequê?, Suzana Gruber. Objeto, 2004.

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Ex-Ticados, Suzana Gruber. Objeto, 1993.

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Liquida-se, Suzana Gruber. Objeto, 1986.
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domingo, 14 de dezembro de 2008

O Pênis do Curupira

Desenho, Tribo Ticuna. AM, Brasil. 2000

"Todas as crianças da casa iam para olhar aquela construção das imagens de cada bicho. Isso demorou mais de seis horas; não tiveram com fome porque tiveram merenda. Pela graça a todos, terminaram de fazer a escultura. Tinha uma grande imagem de curupira que parecia de verdade, todas as suas partes apareciam e foi uma grande risada para a turma. Este foi mais atraente do que o outro, porque aparecia todo o corpo e seu pênis enorme de 20 cm. Para as moças era grande espetáculo, todos iam para perceber com seu olho e segurar com sua mão, o pênis do curupira. Tinha pêlo pubiano, testículo enorme e seu famoso pênis.

Ao entardecer, a comunidade inteira soube da notícia daquele curupira e foram ver de perto. Cada dia era um grande espetáculo naquele pátio observando a imagem dos bichos. Todos os dias era visita para cada família com seus filhos amedrontados com aquelas estátuas de argila. Mas tinha um segredo, que todas as mulheres, moças e até mesmo homem chegava mais perto do curupira. Já as mulheres e moças logo ficavam de pé perto daquele curupira porque era bonito e vontade de pênis do curupira. Todas as tardes era local importante para passeio, diálogo, alegria com tudo aquilo que havia ali."

Lauro Mendes Gabriel

Arte-educador Ticuna

Relato de uma de suas aulas, em julho de 2000, no Curso de Capacitação de Professores Bilíngües Ticuna, em proposta desenvolvida pela Arte-educadora Suzana Gruber.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Arte: Nara Amélia

Gravuras em metal de Nara Amélia.

Arte: Alessandra Giovanella

Superfícies Úmidas, Alessandra Giovanella. Desenho e colagem sobre ferro não galvanizado, 2008.

Arte/Texto: Gabriel Araujo


S/ Título, Gabriel Araujo. Multimeios, 2008.

Texto de Hilda Hilst retirado da obra "O caderno rosa de Lori Lamby" e o texto "El “pluralismo semiótico” y el nuevo gobierno de los signos" de M. Lazzarato

Arte: Ti°°

Campus Falus, Ti°°. Projeto gráfico, 2008.

Arte/Texto: Leonardo Palma

O desejo como criação e não como carência
Leonardo Retamoso Palma, 41, pesquisador independente.
[Revista Global Brasil, Rede Universidade Nômade, Coletivo Attraverso]

"Refiro-me à multidão de festa,
à multidão de alegria, à multidão espontaneamente amorosa,
embriagada apenas pelo prazer de se reunir por se reunir."
(Gabriel Tarde)

Começo com o tema da "banalização do corpo". Essa expressão parece tomar como referência os fenômenos contemporâneos de hiper-exposição e da hiper-expressividade. Nos fala porém de duas coisas bem distintas. Por um lado, de algo que usando a expressão mais adequada é a contemporânea banalização da exploração comercial/mercantil não só do corpo, mas de suas potências, do desejo, da libido, do sexo, dos prazeres, etc. Por outro, fala do que torna isso possível, um modelo de negócios e de produção de valor (mercantil, monetário, financeiro, etc.) cujo critério é a raridade, espontânea ou artificialmente produzida.

A aceleração contínua dos ritmos produtivos e a promoção da competitividade subtraem tempo de atenção e cuidado e desviam nossas energias em outras direções. Cada vez mais as crianças também estão sendo expostas e sujeitadas a essa aceleração e essa demanda, como adequação a uma suposta produtividade futura.

Somos demandados ao ponto de perdermos a dimensão erótica do outro, a empatia. Como falou Franco Berardi comentando seu último livro "Generación Pós-Alfa: Patologías en el semiocapitalismo" (Buenos Aires: Tinta Limón, 2007): "... já não somos capazes de prestarmos atenção em nós mesmos. Mas tampouco temos tempo suficiente para prestar atenção naqueles que vivem ao nosso redor", "A deserotização é o pior desastre que a humanidade pode conhecer, porque o fundamento da ética não está nas normas universais da razão prática, mas na percepção do corpo do outro como continuação sensível de meu corpo. (...) a consciência do fato de que teu prazer é o meu prazer e teu sofrimento é o meu sofrimento. A empatia." [no jornal argentino Página 12, em 12 de novembro de 2007].

As práticas de criação artística na contemporaneidade estão atravessadas, em grande medida, por essas inquietações. Muito da atual produção estética e artística contemporânea vem exatamente propondo/experimentando a problematização disso tudo. Em uma sala de exposição ou em qualquer outro lugar de intervenção artística, é comum nos deparamos não com a raridade, mas com o excesso, de experiências com o tempo de fruição, tempo de atenção e afetação, experimentações essas com o corpo em situação. As palavras multiplicidade e proliferação ganham pertinência. A expressão criativa irredutível à representação, assim, propõe a experiência com o corpo, não a substituição simbólica e representativa que faria das potências algo irrealizável e reféns da raridade, mobilizáveis para servirem à banalização da exploração comercial/mercantil do corpo e de suas potências. Vejamos, é pós-salas de exposição e constituição do comum, do compartilhamento que a dimensão mercantil intervém na criação artística, exatamente para retirá-la dos espaços comuns e levá-las para os lugares especiais de apropriação privada e garantir a harmonização do que foi perturbado pela criação estética e sua exposição/apresentação.

A normalização das castrações, interdições e proibições que as morais repressivas nos deixaram de herança, e que muito contribuíram para o esquecimento do corpo e de suas potências, são problematizadas, postas em questão pelas criações e nossos encontros com elas.

Fossem banais corpo, sexo, gozo, libido, desejo, e não haveria o desconforto. Não sabemos ainda o que pode um corpo, já se disse e repetiu tantas vezes. Não há empatia em excesso, prazer em excesso, gozo em excesso, sexo em excesso. Estamos nos começos disso tudo, de muitos modos. E é a riqueza, a exuberância, esse excesso que afronta a raridade. É esse excesso que pode retirar o oxigênio da banalização da exploração comercial/mercantil do corpo e de suas potências. A raridade, é o que dá oxigênio para a banalização da exploração comercial/mercantil. E tudo isso que ainda não sabemos sobre o que pode um corpo, é pesquisa aberta, criação e invenção. Não deveríamos fechar esse caminho por puro medo.

Uma observação. O esforço do poder, enquanto dispositivos e forças ativas tentando impor uma ordem de normalizações, no mínimo desde a abertura revolucionária do emblemático ano de 1968, tem sido o de separar a "crítica social" da "crítica artista", jamais vendo ou deixando ver uma dessas dimensões na outra, e afirmando a incompatibilidade de sua ocorrência simultânea. Sempre impondo a separação, tenta retirar a expressão artística dos lugares de contágio e incidência, sempre propondo lugares especiais e neutros, sempre inviabilizando o compartilhamento e logo, preservando as normalizações: o preconceito com o corpo.


Arte: Ênio Monteiro




S/ Título, Ênio Monteiro. Giz de cera sobre papel, 2008.



Desenhos da exposição "Depressa, Logo Morreremos". Giz estaca sobre papel, 2008.

Para novembro de 2008 (Texto: Suzana Gruber)

Instala-se uma situação de impotência mediante as encenações que se escancaram, invadindo espaços, planos, formas e texturas, desmoronando as certezas que povoam o centro movedor de continuidade, com golfantes impulsos de sobrevivência, provedoras do ato criativo.
Instrumento de corte sangra suportes efêmeros, dilacerando as vísceras de agentes produtores, atingidos por farpas que se manifestam e infestam, contaminando e proliferando inquietações, com gosto amargo e ácido, que corrói, invadindo manifestações de procuras alucinadas, marcadas com fortes fatores de risco, próprios de seres especiais e diferenciados que carregam componentes fortalecedores de diferenciações individuais.
Tudo isso acontecendo enquanto manjares são postos às mesas dos que bebem os líquidos e engolem as pérolas cultivadas, sem ao menos tocá-las.
Como resultado, as regorgitam, insistindo novamente na introdução das mesmas em seus corpos formosos, não percebendo que elas retornarão fétidas e lambuzadas pelas fezes pardas/verdolentas, que escorrerão perna abaixo, caso não defecarem na posição instituída como a ideal para que se livrem definitivamente de seus entulhos comprimidos, condensados, descompromissados.
Em seguida, lavam as mãos.
E os homens/lobos de forma insistente, procuram lugares predestinados ao encontro das almas siamesas, incestuosas, preferidas dos deuses, enquanto bocejam ociosos, acariciando seus pênis longos e líricos, deliciando-se por serem assistidos.
Que permaneça o gozo, a imagem, o afeto e a confiança.
Por muito tempo.
Por qualquer tempo.

Arte: Elza Hirata

Desenhos, Elza Hirata. Grafite sobre papel, 2008.

Arte: Juliano Siqueira

Bem de Cushing, Juliano Siqueira. Pintura sobre lâmina plástica, 2008.
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Censura Nunca Mais, Juliano Siqueira. Desenho e colagem sobre papel, 2008.

Fanzine "Eu Quero Cantar"

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Grupo de Estudos sobre Educação e Fascismos Hoje vem trabalhando há dois anos com a temática Pornografia e Obscenidade, e seus Desdobramentos na Educação, à partir de textos da obra de D.H. Lawrence e Michel Foucault e promove nesta quinta-feira, dia 11 de dezembro, às 12:00, juntamente com o DCE e Direção da Casa do Estudante a Exposição “ E É bem bom!!!”.
Trata-se da reunião de artistas propondo a distribuição de obras multiplicáveis em fotocópias, imagens e textos, referindo-se às intensidades do sexo no corpo. A ídéia é que essas obras sejam levadas pelos visitantes e os mesmos reflitam sobre “o lugar da arte” em nossa cidade, fotografando-as nos lugares de acolhimentos escolhidos por eles e posteriormente enviando para o Blog, onde estas permanecerão expostas.
Haverá também o lançamento do n°2 do fanzine “Eu quero cantar”, organizado por Guilherme Correa, prof. do Centro de Educação UFSM, seguido de debate às 19:00.
As atividades contarão com a exposição relâmpago de “Depressa, Logo morreremos”, de Ênio Monteiro, que após o evento voltam para o Macondo, onde estão atualmente até o dia 20 de dezembro.