sábado, 13 de dezembro de 2008

Arte: Ênio Monteiro




S/ Título, Ênio Monteiro. Giz de cera sobre papel, 2008.



Desenhos da exposição "Depressa, Logo Morreremos". Giz estaca sobre papel, 2008.

Para novembro de 2008 (Texto: Suzana Gruber)

Instala-se uma situação de impotência mediante as encenações que se escancaram, invadindo espaços, planos, formas e texturas, desmoronando as certezas que povoam o centro movedor de continuidade, com golfantes impulsos de sobrevivência, provedoras do ato criativo.
Instrumento de corte sangra suportes efêmeros, dilacerando as vísceras de agentes produtores, atingidos por farpas que se manifestam e infestam, contaminando e proliferando inquietações, com gosto amargo e ácido, que corrói, invadindo manifestações de procuras alucinadas, marcadas com fortes fatores de risco, próprios de seres especiais e diferenciados que carregam componentes fortalecedores de diferenciações individuais.
Tudo isso acontecendo enquanto manjares são postos às mesas dos que bebem os líquidos e engolem as pérolas cultivadas, sem ao menos tocá-las.
Como resultado, as regorgitam, insistindo novamente na introdução das mesmas em seus corpos formosos, não percebendo que elas retornarão fétidas e lambuzadas pelas fezes pardas/verdolentas, que escorrerão perna abaixo, caso não defecarem na posição instituída como a ideal para que se livrem definitivamente de seus entulhos comprimidos, condensados, descompromissados.
Em seguida, lavam as mãos.
E os homens/lobos de forma insistente, procuram lugares predestinados ao encontro das almas siamesas, incestuosas, preferidas dos deuses, enquanto bocejam ociosos, acariciando seus pênis longos e líricos, deliciando-se por serem assistidos.
Que permaneça o gozo, a imagem, o afeto e a confiança.
Por muito tempo.
Por qualquer tempo.

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